sábado, 19 de outubro de 2013

Piaget e o Desenvolvimento Cognitivo

Psicologia do desenvolvimento segundo Piaget
Hoje farei um apanhado do que li nas últimas semanas sobre o que, nas palavras de Piaget, consegui assimilar sobre sua teoria em relação ao desenvolvimento cognitivo do ser humano. Dentro da visão piagetiana, existem 2 aspectos principais para a aquisição do conhecimento: o processo pelo qual essa aquisição ocorre e as etapas, ou estágios pelos quais o ser humano passa ao longo de sua vida, desde sua infância até a vida adulta. Para Piaget, o homem  não é social da mesma forma aos 2 anos, aos 20 anos ou aos 40 anos. O fator inteligência, se constrói na mente através de "organizações mentais" denominadas esquemas que equilibram a adaptação das exigências do meio. Tudo isso começa através da assimilação de novos conhecimentos, onde o indivíduo terá encaixar nos esquemas existentes as novas informações. Um bom exemplo disso, é exatamente meus estudos acerca da Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Para mim, se trata de um conhecimento totalmente novo e desconhecido que em uma primeira leitura, não consegui compreender o contexto, aspectos e visões teóricas distintas porém relacionadas. Após noites debruçada sobre os livros, a caminho do trabalho e aos finais de semana em casa, creio que cheguei a mais um processo descrito por esse teórico.: a acomodação do conhecimento. Foi uma estrondosa mudança em meu esquema mental pois até então, o desenvolvimento da inteligência representava para mim algo do tipo "aquele menino é muito inteligente" ou "olha só que resposta inteligente" sem compreender o porquê dessa "inteligência" ou a diferença entre "inteligência" e "sagacidade". Fui forçada (confesso, mais por uma preocupação histérica de "como farei a prova dessa matéria?!" do que interesse espontâneo) a alterar antigas formas de pensar sobre o assunto. Esse processo de desenvolvimento, teve que equilibrar o esquema mental por mim anteriormente conhecido (equilibração) para que eu pudesse compreender e disseminar o que foi aprendido. A equilibração majorante, tratada aqui neste blog na última postagem, é uma tendência para manter as estruturas cognitivas em equilíbrio. De forma mais clara, a equilibração é como se fosse uma escada. A cada novo desafio, subimos um degrau a fim de levar nossa inteligência a um nível superior, caminhando sempre para frente. 

Para Piaget, a aquisição de linguagem é o primeiro passo para a aquisição da inteligência. Este processo foi divido em 4 estágios a saber.: sensório-motor (0 a 3 anos) - não há socialização, a inteligência da criança é individual; chama-se assim pois é nessa idade que a criança começa a movimentar as pernas, os bracinhos e a perceber o mundo que está ao seu redor através de cores, objetos, sons etc..; pré-operatório (3 a 7 anos) - a idade dos porquês e do faz-de-conta, exatamente por isso também conhecido como "estágio objetivo-simbólico". A função simbólica aqui, se dá através da imitação onde a mãe tem papel fundamental pois a ela é o "elo" da criança com o mundo; operatório-concreto (7 a 11 anos) - nesta fase a criança começa a construir conceitos lógicos como números, processos e relações. Consegue estabelecer relação de causa e efeito, sabe que se espalhar um saco de farinha pela sala ou desenhar na parede, sua mãe chamará sua atenção. Aqui a criança desenvolve a personalidade pois ao contrário do estágio anterior, onde ela não possui noção do espaço que ocupa na sociedade, ela submete-se as regras e ao convívio com o ponto de vista do "outro" ao relacionar-se com seus semelhantes; operatório-formal (11 aos 16 anos) - nesta fase a criança já consegue lidar com o conceito de liberdade e justiça principalmente com os conceitos que gostaria de reformular. Não aceita mais verdades "absolutas" ou respostas como "porque é assim". O jovem busca dados concretos pois sua estrutura cognitiva alcança seu nível mais elevado de conhecimento de forma a pensar lógica e criticamente. 

Outro aspecto pesquisado por Piaget (e esta parte eu entendi de "prima!" ok, não de primeira mas tive que ler uma ou duas vezes e não umas CINQUENTA como sobre os estágios!!) é o Conceito da Formação do Juízo Moral na Criança. Resumindo, ele é divido em três etapas e refere-se ao respeito que o indivíduo tem pelas regras do sistema social que vive. A primeira delas é a anomia - a palavra anomia tem origem grega e vem de a (ausência, falta, privação, inexistência) e nomos (lei,norma). A criança até 5 ou 6 anos apresenta ausência ou desconhecimento do que seriam as normas de conduta. Ela age de acordo com sua própria vontade e sente prazer em tudo que faz, é a fase das "brincadeiras" onde não existem regras ou porque segui-las; a segunda é a heteronomia - a partir dos 8 ou 9 anos com a participação em atividades coletivas (pic-esconde, amarelinha, o início da fase formal escolar), a criança começa a conhecer as regras e respeitá-las mesmo sem entender o porquê de sua existência ou quem as criou. Nessa fase, geralmente as crianças jogam "com" os outros e não "contra" eles; a terceira é a autonomia - a partir dos 11 anos, a criança começa a compreender o porquê das regras e seu funcionamento para controlar as ações dos indivíduos e favorecer o andamento dos processos de forma organizada. Através de acordos mútuos, o respeito a regras é estabelecido. 

Piaget também tratou da Idéia de Justiça na Criança para fechar a questão da moralidade. Não falarei sobre este assunto no post de hoje pois preciso ler um pouco mais sobre esta questão para me apropriar corretamento do conceito. 

(!) BIBLIOGRAFIA Consultada e consultada, consultada.... e consultada  novamente! 

MONTEIRO, Mário Destro. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. São Paulo: Sol, 2012.

LA TAILLE, Yves de. Piaget ; Vygotsky ; Wallon : Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992.

Nenhum comentário:

Postar um comentário